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Morte de Rincón: batidas laterais são novas vilãs

Freddy Rincón morreu em decorrência dos ferimentos causados pela forte batida contra a lateral do veículo onde o ex-jogador de futebol estava. Ocorrido em 11 de abril deste ano em Cali, na Colômbia, o trágico acidente evidencia um tipo de colisão que tem crescido em importância quando se trata da segurança de automóveis e utilitários comercializados no Brasil.

Desde o início de 2020, os novos projetos de veículos zero-quilômetro vendidos aqui, sejam nacionais ou importados, precisam ser aprovados em teste de impacto lateral antes da respectiva homologação pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). A partir de 1º de janeiro de 2024, a obrigatoriedade dessa validação prévia passará a valer para todos os veículos 0 km disponibilizados em nosso mercado.

Antes mesmo de as regras começarem a valer no Brasil, o teste de impacto lateral já era realizado de forma extraoficial pelo instituto independente de segurança viária Latin NCAP e rendeu saia-justa para algumas montadoras.

Em 2017, o mau desempenho nesse tipo de avaliação rendeu nota zero para o Ford Ka, já descontinuado, e também para a primeira geração do Chevrolet Onix - dois dos carros mais vendidos do País naquele ano. Após o vexame, em 2018 tanto a General Motors quanto a Ford promoveram reforços estruturais no Onix e no Ka e ambos foram aprovados, com ressalvas, em novos testes do Latin NCAP.

A segunda e atual geração de Onix e Onix Plus foi aprovada com cinco estrelas (nota máxima) em teste promovido pelo instituto em 2019.

Vale destacar que o crash-test do Latin NCAP não segue exatamente os mesmos critérios da avaliação "oficial" hoje promovida compulsoriamente pelas fabricantes.

Além disso, a obrigatoriedade do teste de impacto lateral para 100% dos veículos vendidos em nosso mercado deveria começar a vigorar em 1º de janeiro de 2023; contudo, o Contran adiou a exigência para 2024 a pedido das montadoras - que alegaram prejuizos e atrasos causados pela pandemia. Alguns itens de segurança veicular obrigatórios também foram adiados pela mesma razão.

A Resolução 721/2018 do Contran, que trata do tema, diz que a batida lateral deve cumprir regulamentos da ONU (Organização das Nações Unidas) ou da NHTSA, agência federal de segurança viária dos Estados Unidos. Esses regulamentos estabelecem, por exemplo, que após a colisão as portas devam ser abertas sem necessidade de ferramentas — de forma que o dummy, boneco utilizado para avaliar lesões nos testes de impacto, possa ser retirado.

Estão livres da obrigatoriedade do teste veículos exclusivos para o fora-de-estrada, de uso bélico, artesanais, réplicas, buggies e fabricados em pequena série.

 

Fonte: Site Uol.com.br